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Registro de marcas: as lições da polêmica envolvendo o Governador do Amazonas e a Amazon

 

O Governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima, manifestou recentemente a intenção de cobrar da Amazon e de seu fundador, Jeff Bezos, pelo uso do nome “Amazon”. Este conflito suscitou questões jurídicas relevantes, especialmente no que diz respeito aos direitos de propriedade industrial e ao uso de marcas registradas.

 

Desafio legal sobre o nome “Amazon”

A Amazon, uma empresa internacional de renome, opera em diversos países, incluindo o Brasil, onde deve cumprir rigorosamente as leis e regulamentações de importação. Ao realizar vendas para o Brasil, a empresa está sujeita ao pagamento de impostos de importação, taxas alfandegárias e outros encargos relacionados à liberação alfandegária.

 

No entanto, a controvérsia recente vai além das questões fiscais usuais. O governador do Amazonas levantou a possibilidade de cobrar pela utilização do nome “Amazon”, argumentando que há uma associação direta entre a empresa e a região geográfica, especificamente o estado e a floresta amazônica.

 

Associação entre Empresa e Região

Do ponto de vista legal, a Amazon é uma marca registrada internacionalmente, conferindo à empresa o direito exclusivo de usar o nome em conexão com seus produtos e serviços. A Lei de Propriedade Industrial no Brasil estabelece as bases legais para a proteção dessas marcas registradas, concedendo aos titulares direitos exclusivos sobre sua utilização.

 

O cerne da disputa reside na distinção entre o uso distintivo da marca pela Amazon e o uso genérico do nome pelo Estado do Amazonas. A empresa afirma que escolheu o nome “Amazon” em referência ao rio Amazonas, não ao estado ou à floresta, e que qualquer tentativa de taxação com base no nome enfrentaria desafios legais significativos.

 

O embate entre a Amazon e o Estado do Amazonas levanta questões complexas sobre a interseção entre interesses econômicos locais e direitos estabelecidos pela propriedade industrial. A possível cobrança pelo uso do nome poderia desencadear desdobramentos jurídicos significativos, possivelmente exigindo uma resolução nos tribunais para determinar a validade de tal ação.

 

À medida que o conflito se desenrola, fica claro que a análise jurídica será crucial para determinar os limites dos direitos estaduais em relação às marcas registradas, e o desfecho desse caso pode ter implicações duradouras para futuras disputas semelhantes entre entidades governamentais e empresas com marcas internacionalmente reconhecidas.

 

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Lição: nunca negligenciar o registro de marca

Independentemente do desfecho dessa polêmica, fato é que, estando com a marca registrada junto ao órgão federal competente, os riscos de qualquer empresa relacionados ao uso da sua marca são reduzidos significativamente. No Brasil, atualmente, o processo de registro de uma marca dura entre 6 meses e 1 ano, e possui valores muito atrativos em se considerando todos os seus benefícios jurídicos.

 

Recomenda-se sempre que o registro de marca da sua empresa seja realizado por escritório de advocacia especializado na área, de modo a garantir a segurança nessa operação.

 

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Autor: Caetano Santiago Fernandes L. C. de Medeiros (OAB/SC 56.371)

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